Mas qual é a diferença entre o que você deveria saber e o que é propaganda? Qual a diferença entre jornalismo e publicidade? Qual a diferença entre o real e o imaginado?
É impossível experienciar tudo. Dependemos de intermediários, de testemunhas para obter esse conhecimento. Não sei o que é a guerra. Não sei o que se passa numa votação. Não sei, simplesmente.
E nós confiamos nessas testemunhas, nesses intermediários, nesses jornalistas.
E isso significa poder, o poder de torcer a realidade de acordo com os seus anseios. Pode ser o que for. Pode ser o lançamento de uma novela, o acompanhamento de um show, o que for. Pode ser uma candidatura a cargo eletivo. Pode ser intencional, podem ser "patos" como nós.
O que entendemos como real é o que apreendemos com os sentidos. Não sentimos tudo. Usamos testemunhas. O que é real para nós é esse testemunho. E os jornais, as revistas, as agências de propaganda, os marketeiros virais, os políticos, as agências de relação pública, todos sabem disso. E mudam o real. Até alcançar o imaginado.
Assim, chegamos as nossas conclusões: Mas qual é a diferença entre o que você deveria saber e o que é propaganda? Nenhuma.
Qual a diferença entre jornalismo e publicidade? Nenhuma.
Qual a diferença entre o real e o imaginado? Nenhuma.
Em uma sociedade de experiências intermediadas, não há real. Não há verdade. Não há mundo fora de nossa subjetividade inchada, inútil, trancada para nós, aberta para todos.